28.11.12

Ao correr da pena

Passa uma motorizada na rua... Que chatice! 
A chatice, é preciso concretizar, é haver gente que só tem dinheiro para motorizadas. Faz-me lembrar o tempo das Famel e Zundapp, da sopa dos pobres ( que está actualíssima) e do Movimento Nacional Feminino, que alguns pensam em ressuscitar! (Ou não existissem Senhoras Isabeis Jonet na pura ficção nacional! Se bem que aquele cabelo ensebado não fosse muito ficcional, não acham?!) 
Estava eu a falar das peidorreiras... as motorizadas claro! Era assim que eram chamadas no meu tempo. Um tempo de maus gostos, que não se coadunam com os sofisticados de hoje. Contudo toda a gente sabia o que era uma peidorreira... referindo-se às motorizadas, como é evidente! Eram motorizadas que não usavam Pankreoflat, por assim dizer! Pois, completamente démodées... 
O progresso é uma outra coisa.
Delicioso até como o Jacinto de “As cidades e as Serras” já conseguia afirmar, sem que qualquer rubor assomasse à sua cândida e eloquente face. Hoje todos somos modernos! A começar pelo Estado. 
E perguntam-me o que é o Estado? O Estado é a modernidade da ficção nacional, que não tem tempo para esses tipos que se dessintonizaram dele e não se merkelizaram a tempo. 
Disse... 
(Para a semana há mais)

4 comentários:

Mona Lisa disse...

Uma entrada oportuna!


Amanhã, acordaremos ou não da "vida" que nos roubaram...mas o Estado(poder político que a maioria elegeu) continuará a ser o "carrasco"!

Acobardados assistiremos à nova versão do filme..."E tudo o vento levou!"

Beijos.







Naná disse...

Mfc, há palavras e textos tão bem escritos - como é o caso deste - que não precisam de imagens a acompanhar!

Muito bom!

Fatyly disse...

Subscrevo e...vou ali a cima ler a continuação:)

Pérola disse...

Enquanto houver dinheiro para as motorizadas e gasolina ainda não estamos assim tão mal.
O pior será a desnutrição.
Ando mesmo pessimista, não ligues.