Que tipo de vida levamos?
Quem nos leva a levar este tipo de vida? A quem aproveita?
Trabalhamos, trabalhamos, trabalhamos para que possamos adquirir as necessidades que nos criam. Aqueles óculos fantásticos; aquele relógio magnífico que dá horas certas como outro qualquer; aquela T-Shirt capaz de nos fazer sentirmo-nos nós; o popó dos nossos sonhos que nos leva rapidamente ao engarrafamento; aquela casa que será nossa ao fim de 30 anos e que nessa altura não valerá um centavo, tendo pago por ela, em suaves prestações, mais do dobro do seu preço; aquele telemóvel, descartável dentro de 6 meses, que até fala para as estrelas; aquelas férias paradisíacas que acabam em tormento, mas que sempre se podem contar aos amigos; aqueles sapatos com um design atraente que não duram mais que uma estação; um PC com múltiplas funções, continuando a usar as que já dominávamos; e a net sem fios, em que se pode navegar até no café...
Tudo isto nos distingue dos outros e, nós , ufanos, disfrutamos de todas estas vantagens, que não são mais que necessidades artificiais criadas, para que uma vez consumidas, não possamos abdicar delas. O sistema funciona na perfeição. A massa não chega? Qual o problema? Recorre-se à banca, que são uns estabelecimentos muito simples, que vendem dinheiro, com garantias reais como é de bom tom, e nos ajudam a colmatar o deficit para que o status se mantenha. Corre tudo sobre rodas porque somos números que se podem introduzir num sistema informático, com os devidos alertas , quando a luz vermelha se acende.
E viver? Alguém pensa em viver? E sentimentos? Que valor têm eles na nossa sociedade avançada?
O post já vai longo e como agora, nesta parte final, me deu para falar de minudências sem interesse, termino-o mesmo por aqui.
Trabalhem, pois, e que lhes faça bom proveito. A felicidade virá um dia...
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