2.4.05

O Papa morreu (com adenda)


É verdade que beijou o Mundo.
Sobretudo o que lhe interessava.
Não me esqueço, nem perdoo, o não ter beijado o solo de Timor, quando nem sequer a ONU tinha reconhecido a anexação. Todavia, beijou o solo Indonésio!
O Prémio Nobel da Paz, Bispo de Dili, esteve 6 meses para ser recebido oficialmente por ele, tendo em conferência de imprensa criticado a posição Vaticana sobre Timor.
Excomungou o Padre Bloff, cujo único pecado foi defender quem menos tinha.
Saneou o Bispo de Èvreux por defender (e juntar-se) aos mais necessitados, tendo criticado publicamente a opulência Vaticana.
Negou a extradição do Arcebispo Marcinkus, Presidente do Banco do Vaticano, pedida pela República Italiana na sequência da falência fraudulenta do Banco Ambrosiano devido a branqueamento de capitais e tráfico de armas.Na sequência dessa falência houve 2 assassinatos e um suicídio que não estão explicados. Hoje em dia não se ouve falar desse senhor, que vive actualmente nos USA ... em paz!
Abafou até mais não poder o caso de Padres e Bispos pedófilos, proibindo qualquer referência ao assunto, tendo in extremis, feito uma condenação pública de tais actos.
Quando na Nicarágua cumprimentava protocolarmente o governo de então, malcriadamente, admoestou em público um ministro desse governo, Padre Cardinali, que ali estava como Ministro do Governo que o recebia.
Há 6 anos recusou receber o nosso Presidente da República acompanhado da sua legítima esposa. Seis anos após emendou a mão.
Foi um Papa que anulou deliberadamente os passos iniciados por João XXIII e Paulo VI, que, esses sim, foram reformadores.

Qual o próximo? Não interessa... as organizações de poder sabem cuidar-se!
Às vezes enganam-se, mas, rapidamente, corrigem os erros... lembrem-se de João Paulo I e os seus 33 dias de Pontificado! Apenas pretendia mudar a Cúria Romana.
Que as pessoas não tenham memória curta!

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