Há muitas coisas de que não entendemos a sua razão de ser. Uma delas é sem dúvida o fim das férias! Não existe uma explicação aceitável para que aquele mês, com que sonhamos um ano inteiro, acabe assim de repente. Bom... para o ano há mais! Até lá... mas faltam só 11 meses. Irra!
5 anos já são um número redondo! Olhar para trás... já é bastante tempo. Até onde me levará esta teimosia e este divertimento?! Não sei. Para já vou continuando, com os altos e baixos que 5 anos inevitavelmente acarretam. Um abraço sincero a todas e todos. Obrigado.
Dentro em breve a minha praia voltará a ser minha. O bulício fugirá e aquelas areias voltarão a ter os mesmos vizinhos de sempre. O areal fora de época também tem os seus encantos! Imaginem se um boneco destes poderia ser clickado em pleno Agosto?! Nem pensar!
Pois é... faz algum tempinho! E porquê uma caricatura em férias?! Simplesmente porque olhei para ela e me apeteceu colocá-la aqui. E o que lá diz é verdade. Ou seja, mais que verdade, sempre foi uma aspiração: viver a vida de uma forma descontraída. Acho que consegui ter alguma despreocupação consciente.
Por vezes esquecemo-nos de algo essencial: a segurança! Uma certa intrepidez é estimulante, mas os caldos de galinha também são precisos. Tudo bem doseado e chegamos ao fim delas relaxados e prontos para outra. Que é que eu disse?! Pronto para outra estou eu sempre. Falem-me em férias e verão!
Acordamos com outra disposição. É sempre dia de desfraldar as velas e partir. A possibilidade de encantamento impele-nos. Partimos... não importa por onde começamos! Documentamo-nos durante o ano e agora é ajustar os guias de viagem à realidade. Vamos lá...
Férias são, para além do repouso, também aventura e viagem. O empolgamento que nos traz a hipótese de descoberta prepara-nos para aquele dia que queremos diferente. A concentração faz com que vejamos tudo com outros olhos... e ao fim do dia sentimos aquela fadiga repousada que nos faz sossegar.
O Tempo continua a contar-nos os passos... mas de uma forma completamente diferente neste tempo de férias! Ele está lá, mas olhamo-lo com outros olhos. Quase não nos importuna. Está como que adormecido... mas em breve vai despertar!
Quando, sempre com surpresa, depois de uma curva da estrada deparo com este vale, não consigo evitar um sorriso de bem estar. Aí está ele depois de um ano, de novo à minha espera. Ele é um segredo daquelas serras... um segredo precioso.
Acordar, devagarinho, debaixo deste céu é acordar a sorrir. Damos os bons dias um ao outro e ele promete que amanhã vai continuar assim azulinho. Ele sabe que só tenho estas férias e tem sido um óptimo companheiro. É um compincha bestial.
Tenho um rio... e esta é a imagem sempre nova dele, é a imagem do meu rio! Ele corre a olhar para mim. Sabe que estou ali a olhá-lo. Tenho um rio lindo onde quer que esteja. Sinto-o como meu. E é lindo... este meu rio!
Está um Verão agradável. As sombras apetecem. Aquele calorzinho bom do fim da tarde é bem saboroso e é a altura das conversas se começarem a suceder. Fala-se disto e daquilo, sem esquema ou tema escolhidos. Tagarela-se com sorrisos.
É pena que se vejam os fios eléctricos... mas é bom que a casa tenha fornecimento de electricidade. Mas o progresso podia estar escondidinho! Esta simplicidade e eficiência tocam-me. Um material isolante formidável este granito e as janelas pequenas que não deixam entrar nem o frio, nem o calor. Os antigos sabiam construir bem e bonito!
Conseguem ouvir o silêncio?! Há alguma coisa que pague este bem estar?! Silêncio e não fazer nada... como combinam bem! Ahhh sim, ouve-se o rio a correr, mas faz parte deste silêncio bom! O fim de tarde vai estar óptimo e as compras para o grelhado já estão feitas.
Pois... até nas férias acontece! Bom, mas com calma tudo se resolve. Não há pressas. O tempo está bom. O que não se fizer agora, faz-se mais logo! E depois é mais uma peripécia para recordar à mesa numa noite de inverno.
Como reflexo deste descanso até a intrometida da minha tensão arterial baixou para uns confortáveis 11/7. Abomino o progresso que me espera dentro em pouco... Precisava de menos tempo para fazer o que me aborrece! Entretanto as passeatas em sossego continuam.
Estava-se bem aqui! Era uma tarde calma. Quente. Depois de um óptimo almoço, o bem estar era imenso. Ouviam-se uns passaritos e via-se um ou outro. Pouca gente por ali andava. Encontrei-me bem. Senti-me descontraído. Olhava em volta e gostava do que via. Estava-se bem aqui...
A visão súbita desta gaiola de jardim para a passarada teve o condão de, por momentos, me deixar tocar pela nostalgia. Outros tempos, outras formas de viver mais pacatas, outra forma de entender o mundo. Tempos sem pressas, sem as correrias que não levam a parte alguma. Gostei da placidez que por ali se sentia!
Parece que suplicam! Quem nunca fez um pedido (mesmo não crendo...) que levante o braço! A nossa impotência leva-nos a recorrer a uma intermediação sem sentido. Está na nossa natureza. Só parando para pensar um pouco é que conseguimos evitar de o fazer...
As férias têm esse condão... não nos fazem sentir desligados das pessoas de quem gostamos. E hoje em dia os meios ao dispor para que possamos manter contacto são infindáveis. Acho que já não saberíamos viver sem eles! E desde que não subvertam a nossa liberdade... tudo bem.
Ohhh como gostava de estar ali esquecido de mim! Esquecido de tudo... pensando apenas que no final de um daqueles estralhos que fiz descer por entre as rochas poderia estar um polvo! E se não estivesse?! Não importaria! Durante aquelas horas não pensei em mais nada... apenas em polvos. Naqueles que me preeencheram o tempo e que acabei por não trazer para casa. Foi bom!
Não é seguramente a Stairway to Heaven dos Led Zeppelin, mas podia ser a Escada para Nenhures... Que nos reserva o futuro?! Para onde vamos e como vamos?! Será que esta é uma pergunta interessante?! Não me parece de todo. O que for se verá e é precisamente esta indeterminação que ainda nos confere aquela esperança vã que nos vai suportando.
Sim, persigo obstinadamente o sossego... apesar das férias! Não gosto de pressões, correrias, tarefas a cumprir. Ai que prazer, Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer... O Poeta sabia do que falava e eu compreendo-o demasiadamente bem.
Há elementos que estão para além da sua presença física, estando carregados de simbolismo. Não importa quem lá esteja à frente dos destinos de uma terra. Hoje estão uns... amanhã estarão outros, mas o símbolo do sentir destas gentes está ali, para além, muito para além de um edifício bonito.
Sabe bem a sombra acolhedora de um pinheiro manso. Tenho-o por debaixo da minha varanda. Não, não me dá sombra à varanda mas ao jardim da praça onde moro. A relva por debaixo dele está sempre mais viçosa nesta parte do ano. Também querem uma sombrinha?! Apareçam por cá... É só baterem ao ferrolho!
Dosearmos uma mistura equilibrada do moderno e do menos moderno, pode resultar num conjunto aprazível. Compreendermos essas diferenças e sermos ao mesmo tempo capazes de descobrirmos o seu fio condutor, é um exercício giro. Compreender a razão de ser das coisas (e das pessoas) é apaziguarmos o nosso espírito e exorcizarmos a boçalidade.
Sempre conheci este bibelot, primeiro em casa dos meus avós, depois na de meus pais e agora na minha. Nada tem de especial, mas faz parte de mim. Habituei-me a ir olhando para ele. Se mo tirassem, ficava ali um lugar vazio... e cá dentro também!
As persianas são-me agradáveis. São um elemento decorativo e de conforto que aprecio. Possuem uma subtileza discreta, permitindo uma luz coada extremamente simpática e, neste tempo, protegem-nos das temperaturas mais altas. São... como direi?! Hummm, adequadas e giras!
Uso óculos, mas esforço-me por olhar... Este é um tempo em que olhar tem as suas compensações. Tem sempre, como é evidente, mas nestas alturas de tempinho aprazível a gente satizfaz-se mais (de um e do outro lado da barricada, claro!). Pois é... é mais um motivo para sorrirmos!
Há coisas que são perenes. E estando vivos ( é diferente de viver) a mola real da vida, durante o ano e em férias, continua a ser o amor e o desejo. Não tenham receio de o afirmar, pois quando os dois se juntam... é uma pequena maravilha!
São tempos de festa em que os sorrisos fluem e nos sentimos outros, apesar de continuarmos os mesmos. Apenas passamos para segundo plano as preocupações, as chatices e as impertinências. Vivemos um tempo pouco. Sentimo-nos fatuamente a borboletear!
